São como um cristal,as palavras.
Algumas um punhal,um incêndio.
Outras orvalho, apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos, as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes, leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas, verdes paraisos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem as recolhe, assim, cruéis, desfeitas,
Nas suas conchas puras?
Eugénio de Andrade, "Coração do Dia/Mar de Setembro
Há palavras, há silêncios... coisas ditas e não ditas, que nos tocam, nos reprimem, nos acordam, sobressaltam...
Há palavras, há silêncios... antes caladas, antes ditos, nos transformam sentimentos, nos esfumam sonhos feitos...
Há palavras, há silêncios... escolhas feitas a duvidar, caminhos traçados a alterar...
Ah palavras... Ah silêncios...
Quem vos diz e quem vos faz...
Quem vos ouve, quem vos sente...
Não é ninguem... Apenas gente...
Até...